Durante muito tempo, o paletó trespassado foi um clássico unissex, com origens que vão desde o campo esportivo até o alto mar. Mas afinal, qual é a história do blazer?


Surpreendentemente, o blazer não existe há muito tempo. Este tipo de casaco como vestimenta masculina apareceu pela primeira vez no século 19, quando remadores em prestigiosas faculdades inglesas como Oxford e Cambridge os usavam como parte de seu uniforme de aquecimento.
Mas o modelo original está muito longe dos casacos mais modernos que conhecemos hoje. Naquela época, os blazers não tinham ombreiras ou forro nas costas. Seus principais atributos que são considerados como originais até hoje eram os três botões, além da confecção em cores vivas e alegres.
Claro, a influência do blazer eventualmente se estendeu muito além dos limites da tripulação de um barco. Com o tempo, os remadores usariam seus blazers pelo campus universitário, tornando-os populares.
Mas a vestimenta tem outras histórias de origem. Uma remonta aos “blazers” vermelhos, ou jaquetas esportivas brilhantes, usados pela equipe de barcos do St John’s College, em Cambridge, na década de 1820. Outro aponta o ano de 1837, quando o capitão do HMS Blazer vestiu sua tripulação com jaquetas trespassadas azul-marinho, completas com os distintos botões de latão da Marinha Real, para dar as boas-vindas à Rainha Vitória a bordo do navio.

Em 1952, o blazer finalmente fez sua estreia editorial em um artigo sobre as jaquetas usadas pelos integrantes do Lady Margaret Boat Club de Cambridge. Essas jaquetas foram reinventadas em um vermelho brilhante, e viria daí o nome de “blazer”.
Cerca de 20 anos depois, Giorgio Armani trouxe a roupa de volta à moda, apresentando sua primeira coleção de blazers masculinos não estruturados em 1975. Sem forro, o casaco era menos formal do que um paletó, mas ainda continha um ar profissional.
Os blazers da Armani podiam ser usados como um suéter ou uma jaqueta, de forma casual mas sofisticada. O “Rei do Blazer” foi ungido quando Richard Gere usou um modelo da Armani no filme que foi o grande sucesso de 1980, American Gigolo.

Por volta do final dos anos 2000, os blazers coloridos foram adotados como tendência de moda pelas mulheres. Tornou-se popular durante o período em que Christophe Decarnin esteve no comando criativo da Balmain entre 2006 e 2011. Sua proposta principal era que o blazer servisse como uma peça para cobrir um vestido de noite.
Características de um blazer clássico
O blazer é tradicionalmente uma jaqueta trespassada com comprimento que vai até na altura da coxa, confeccionada originalmente em flanela leve preta ou marinho. Continha botões de latão nas mangas, elemento que reflete as origens da roupa na cultura náutica britânica e de críquete do final do século 19.